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Naufrágio do Império Romano: liquido valioso a bordo.

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Um naufrágio do período romano foi descoberto na costa da ilha espanhola de Maiorca, no Mar Mediterrâneo, há cerca de 5 anos. Recentemente, uma nova investigação revelou que a embarcação transportava jarros de cerâmica selados, conhecidos como ânforas, que continham um molho de peixe altamente valorizado na época.

Localizado em águas rasas, não muito distante da costa de Les Meravelles, uma cidade turística de Maiorca, acredita-se que o navio tenha partido de algum porto próximo a Cartagena, conhecido pelos romanos como “Carthago Spartania”. O naufrágio aconteceu em torno de 1700 anos atrás, no século 4.

Os destroços do navio foram descobertos após uma tempestade em 2019, e um estudo recente, publicado na revista Archeological and Anthropological Sciences, realizou a análise mais detalhada desses destroços até o momento. Cerca de 300 jarros de cerâmica foram encontrados, a maioria deles contendo molho de peixe feito de anchovas.

A análise do conteúdo dos jarros foi realizada através de cromatografia gasosa, revelando não só o molho de peixe, mas também a presença de azeite, vinhos e conservas. Essa descoberta contribui para a compreensão do comércio no Mediterrâneo durante o século 4, evidenciando a variedade de produtos transportados e comercializados.

Os romanos tinham uma predileção especial por molhos de peixe, sendo o “garum”, feito de vísceras e sangue de peixe fermentado, um dos mais apreciados. O molho de anchovas encontrado no naufrágio, feito com peixes inteiros, era conhecido como “liquaminis flos”, que significava “melhor anchova” em latim, embora tenha sido encontrada sardinha misturada também.

Além dos jarros de cerâmica, os pesquisadores descobriram outros artefatos no naufrágio, como cordas, sapatos e esteiras orgânicas feitas de brotos de videira e grama, utilizadas para proteger o casco da embarcação. Segundo os pesquisadores, é incomum encontrar naufrágios tão bem preservados, especialmente quando muitos dos objetos são orgânicos, o que sugere que a rápida soterramento do navio por areia e sedimentos pode ter contribuído para essa preservação.

Em resumo, a descoberta do naufrágio romano na costa de Maiorca revela informações valiosas sobre o comércio marítimo, os hábitos culinários e a tecnologia da época. O estudo desses vestígios arqueológicos amplia nosso conhecimento sobre a vida e as práticas dos romanos na antiguidade, proporcionando insights interessantes sobre a sociedade e economia da época.

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