Um artigo publicado pela Folha de S.Paulo neste sábado (6) destacando a trajetória e o sucesso da cantora goiana Marília Mendonça, morta em desastre aéreo nessa sexta-feira (5), gerou uma onda de indignação nas redes sociais. O colunista e professor Gustavo Alonso, autor do texto, foi acusado de machismo e gordofobia por seguidores.
Com o título “Marília Mendonça, rainha da sofrência, não soube o que é o fracasso”, o colunista conta como a artista se tornou a “cabeça do feminejo” em um mercado até então dominado por homens. Ao longo do artigo, Alonso fala da aparência física e da voz de Marília, o que levou o nome do jornal à lista dos assuntos mais comentados do Twitter no momento em que o corpo da cantora de 26 anos era velado em Goiânia.
“Nunca foi uma excelente cantora. Seu visual também não era dos mais atraentes para o mercado da música sertaneja, então habituado com pouquíssimas mulheres de sucesso: Paula Fernandes, Cecília (da dupla com Rodolfo), Roberta Miranda, Irmãs Galvão, Inhana (da dupla com Cascatinha)”, escreve Alonso.
“Marília era gordinha e brigava com a balança. Mais recentemente, durante a quarentena, vinha fazendo um regime radical que tinha surpreendido a muitos. Tornava-se também bela para o mercado. Mas definitivamente não foi isso que o Brasil viu nela”, acrescentou o historiador, que é autor do livro Cowboys do asfalto: música sertaneja e modernização brasileira.
A antropóloga Débora Diniz, a comentarista Ana Thais Matos, a colunista Milly Lacombe, a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) e a cantora Teresa Cristina são algumas das pessoas que foram às redes protestar contra a forma com que a cantora foi retratada no artigo.
O assunto ficou em destaque no Twitter, onde várias pessoas se manifestaram contra a publicação.
– Insensível, machista, gordofóbico e não entende m nenhuma ao dizer q Marília nunca foi uma excelente cantora. Q lixo de matéria é essa? – declarou uma pessoa.
– É UMA VERGONHA ESSA COLUNA! É isso que dá colocar esse bando de arrombado pra falar sobre uma artista mulher. Esse bando de colunista formado em rede social que se acham donos da palavra pq escutam meia dúzia de disco velho. Odeio vocês e odeio esse jornal – apontou outra.