Produção perto do limite eleva riscos nas refinarias da Petrobras

Por Redação
6 Min

Refinaria Landulfo Alves Candeias| Foto: Agencia Petrobras

Para especialistas e petroleiros, os recordes de processamento de petróleo vem sendo obtidos com o parque de refino trabalhando quase no limite de sua capacidade, sobrecarregando equipamentos e trabalhadores e elevando o risco de acidentes.

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A Petrobras anunciou um aumento de 8% no volume processado de janeiro a novembro de 2013 em relação ao mesmo período de 2012, passando de 1,897 milhão para 2,034 milhões de barris por dia. No mesmo documento, informou que a produção do ano passado equivale a 92% da carga autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de 2,228 milhões de barris por dia.

Embora a estatal alegue que esse índice é comparável às refinarias norte-americanas de melhor performance, há quem avalie que o limite razoável para uma operação segura foi ultrapassado. Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o ideal seria algo entre 85% e 90%.

“É muita coincidência ocorrerem acidentes justamente no momento em que a companhia bate recordes de refino de petróleo e produção de gasolina e diesel”, afirma Pires, que atribui à política de preços defasados da companhia a origem dos problemas. “Na tentativa de reduzir a importação de derivados e amenizar seu problema de caixa, a Petrobras optou por produzir mais, mesmo com a capacidade limitada. É um risco assumido e agora a companhia está pagando a conta”, diz.

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Série de acidentes

• 28 de novembro de 2013 - Um incêndio na Unidade de Destilação da Repar paralisou totalmente a produção por 22 dias. Para evitar o desabastecimento de combustíveis no Paraná e em Santa Catarina, a Petrobras foi obrigada a aumentar a importação de derivados via Porto de Paranaguá.

• 1.º de dezembro de 2013 - Uma explosão seguida de incêndio na Refinaria de Manaus (Reman) da Petrobras deixou três trabalhadores feridos, com queimaduras. O acidente ocorreu na Unidade de Craqueamento Catalítico (UFCC) durante a parada para manutenção e foi causado pela explosão de uma mangueira utilizada no processo de refino do petróleo.

• 3 de dezembro de 2013 - Após sentir um forte cheiro de sulfeto de hidrogênio (H2s), um trabalhador da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), acionou a equipe de SMS, que constatou o vazamento de gás e interditou a unidade de querosene (U-108). O gás sulfídrico é extremamente tóxico e inflamável e pode causar intoxicações severas com possibilidade de danos permanentes, dependendo do tempo de exposição da pessoa.

• 12 de dezembro de 2013 - Dois acidentes ocorridos durante a manutenção da unidade de craqueamento catalítico da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), em São Francisco do Conde (BA), deixaram três funcionários feridos. No dia anterior, outro trabalhador também ficou ferido após ser atingido por um jato de vapor durante a operação de limpeza de uma tubulação.

• 4 de janeiro de 2014 - Na noite de sábado, dia 4, um incêndio interrompeu a produção da unidade de Coque da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no estado do Rio de Janeiro. A unidade é responsável pela produção de derivados de alto valor agregado. Segundo os sindicalistas, a empresa aumentou em 20% a operação na unidade. A estimativa é de um prejuízo diário de R$ 500 mil.

Caso da Explosão na refinaria da PEMEX em Reynosa

Esse caso serve como alerta de como é perigoso o ambiente industrial que opera com gases inflamáveis.

Esta explosão foi causada por um vazamento de gás natural que provocou um incêndio na usina de compressão de gás da Petróleos Mexicanos (Pemex) na manhã do dia 18.09.2012, matando cerca de 40 pessoas (26 mortos foi a contagem inicial), no Centro Receptor de Gás Condensado, situado no km 19 da estrada entre Reynosa e Monterrey, no Estado de Tamaulipas, nordeste do México.
A unidade distribui o gás natural retirado da chamada Bacia de Burgos, uma zona que concentra boa parte da produção de gás no México.
Bombeiros da Pemex, do estado de Tamaulipas e do município de Reynosa conseguiram controlar as chamas cerca de duas horas após o início do incêndio.
Segundo Guillermo López, funcionário de uma empresa de manutenção contratada pela Pemex, "um caminhão-tanque estava sendo carregado junto a um dos tanques de gás e, possivelmente, uma das válvulas de segurança da mangueira de abastecimento falhou, provocando uma fagulha que levou à explosão seguindo de um grande incêndio cuja as chamas sobre a unidade atingiram uma altura de até 40 metros.

O trabalho em refinarias de petróleo envolve o risco de acidentes como esse do video, ser atencioso e ter prudencia ainda é a melhor  maneira de evitar acidentes.

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