A Anistia Internacional no Rio de Janeiro protocolou nesta terça-feira (14/8) um documento em que cobra das autoridades respostas sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista, Anderson Gomes. O caso completa hoje cinco meses ainda sem respostas.
Ofício entregue a representantes municipais e federais da segurança pública pede que as investigações não sejam negligenciadas durante o período eleitoral – assunto que toma as pautas do país. O documento também defende a realização de uma investigação independente, sem a presença de agentes do Estado, para trazer respostas sobre os responsáveis pela morte da vereadora.
“Estamos reivindicando que se constitua um mecanismo independente e imparcial, formado por especialistas, juristas, advogados, peritos que não tenham vínculo com o Estado que não tenham conflito de interesses e monitorem”, disse a diretora da organização, Jurema Werneck.
Ainda segundo ela, a Anistia Internacional tentou marcar uma audiência com secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, e também com o general interventor, Braga Netto, mas não obteve respostas.
FAMÍLIA E AMEAÇAS
No início do mês, a viúva de Marielle, a arquiteta Mônica Benício, pediu proteção à Comissão Interamericana de Direitos Humanos por conta de ameaças que vem sofrendo e esteve na delegacia para prestar depoimento sobre a denúncia.
O pai de Marielle, Antônio Francisco, reforçou que a família não descansará enquanto não houver solução para o crime. Ele também falou sobre a dor de não ter a filha por perto no Dia dos Pais. “
O Dia dos Pais, para mim, foi dia de Marielle. O dia todo eu só falei da Marielle, foi o que me segurou para que eu tivesse condições de passar o domingo.”
Quanto à proposta do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, de passar a coordenação das investigações para a Polícia Federal, a família não mostrou apoio. Para Mônica Benício, viúva de Marielle, a atitude é precipitada.