Brasil avança na produção nacional de medicamentos com modernização da hemorrede pública
Na busca pela soberania nacional na produção de medicamentos, o Brasil dá um passo significativo com a modernização do parque tecnológico da hemorrede pública. Nesta sexta-feira, 28 de setembro, durante um evento no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a entrega de 604 equipamentos de alta tecnologia. Essa iniciativa, parte do Programa de Aceleração do Crescimento, promete não apenas qualificar os serviços de hemoterapia, mas também aumentar em 30% o aproveitamento do plasma, resultando em uma economia de R$ 260 milhões anuais ao governo federal.
O plasma, componente líquido do sangue, é crucial para a produção de medicamentos que tratam condições como hemofilia e doenças imunológicas. "Durante muito tempo, o Brasil dependia da importação para obter os fatores derivados do plasma, gerando insegurança para muitos pacientes", afirmou Padilha. A nova tecnologia irá fortalecer a capacidade de produção nacional, reduzindo a dependência externa e assegurando tratamento para milhares de pessoas.
Com um investimento de R$ 116 milhões do Novo PAC Saúde, a modernização beneficiará 125 serviços de hemoterapia em 22 estados. Os novos equipamentos, que incluem freezers ultra-rápidos, aumentarão a capacidade de armazenamento e produção do plasma, permitindo que a nova fábrica da Hemobrás, inaugurada em 2025, alcance sua capacidade máxima de processamento de até 500 mil litros de plasma por ano.
A importância dessa iniciativa não se limita apenas à economia financeira. Ela representa um avanço significativo para a saúde pública, especialmente para pacientes com doenças raras e deficiências de coagulação. "A ampliação da oferta de hemoderivados é uma questão de soberania sanitária", destacou o ministro.
Além disso, em um contexto onde a demanda por medicamentos derivados do plasma cresce globalmente, a autossuficiência se torna cada vez mais vital. Durante a pandemia de Covid-19, o Brasil enfrentou dificuldades na aquisição de imunoglobulina, um medicamento essencial para o tratamento de diversas doenças. A ampliação da produção nacional é, portanto, uma prioridade.
A modernização da hemorrede pública também ocorre em um momento simbólico: a Semana Nacional do Doador de Sangue. Atualmente, apenas 13% do plasma coletado no Brasil é utilizado em transfusões, o que sugere uma enorme oportunidade para aumentar a produção de hemoderivados.
Com a implementação desses novos equipamentos, o Brasil avança não apenas em termos de tecnologia, mas também em compromisso com a saúde de sua população, garantindo tratamentos mais seguros e eficazes para aqueles que mais precisam.
Com informações da Agência Gov
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