Lula defende transição energética na Cúpula do G20 na África do Sul
Na última Cúpula de Líderes do G20, realizada em Joanesburgo, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, fez um apelo contundente para que o grupo, que representa 77% das emissões globais, assuma um papel de liderança na elaboração de um "Mapa do Caminho" para a transição energética e a redução da dependência de combustíveis fósseis. Em seu discurso na Sessão II, no dia 22 de novembro, Lula enfatizou que a responsabilidade do G20 é crucial para que as iniciativas propostas pelo Brasil na COP 30, realizada em Belém, ganhem escala e se concretizem.
O presidente brasileiro destacou que a mudança climática deve ser encarada como um "desafio de planejamento econômico" e não apenas como uma questão ambiental. Ele argumentou que a transição energética e a resiliência climática requerem um realinhamento nas prioridades de financiamento. "É inconcebível que não sejamos capazes de mobilizar 1 trilhão e 300 bilhões de dólares em financiamento climático, enquanto o dobro desse montante é consumido por despesas militares", afirmou Lula, chamando a atenção para a necessidade de investir em infraestrutura resiliente, que deve ser acompanhada de políticas públicas que garantam proteção social.
Lula também fez questão de alinhar a pauta ambiental com questões sociais, reiterando o compromisso do Brasil em assegurar que a transição energética beneficie as populações mais vulneráveis, que historicamente contribuíram menos para a crise climática. "Vai contra nosso sentido mais elementar de justiça permitir que as maiores vítimas da crise climática sejam aquelas que menos contribuíram para causá-la", ressaltou o presidente, apresentando propostas que visam fortalecer a proteção social e apoiar pequenos produtores.
Ao final do discurso, Lula citou o líder sul-africano Nelson Mandela para convocar os colegas do G20 à ação, exortando-os a transformar desafios em oportunidades concretas. Ele propôs medidas como a proteção das cadeias alimentares e a remuneração de quem preserva as florestas por meio do Fundo Florestas Tropicais para Sempre.
Com a África do Sul conduzindo o G20 sob o lema "Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade", as discussões se concentraram em quatro prioridades centrais: fortalecimento da resiliência a desastres, sustentabilidade da dívida pública em países de baixa renda, financiamento para a transição energética justa e o uso de minerais críticos como motores de desenvolvimento econômico.
A Cúpula do G20, que representa mais de 80% do PIB mundial e 60% da população global, reafirma a importância de um diálogo colaborativo e ações efetivas para enfrentar os desafios climáticos e sociais que afetam o planeta. A mensagem de Lula é clara: a hora de agir é agora, e o G20 tem o poder de liderar essa transformação.
Com informações da Agência Gov
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