Inação ambiental pode reduzir PIB de países amazônicos em até 33%

Por Redação
3 Min

COP30: Estudo Revela Custos da Inação na Bacia Amazônica

Na quarta-feira (19/11), durante a segunda semana da COP30, que ocorre em Belém/PA, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), lançou um estudo inovador intitulado “Medindo os custos de inação e as capacidades estatais na Bacia Amazônica”. Este relatório revela que, sem intervenções imediatas, os custos econômicos da inação climática na região podem alcançar entre 14% e 33% do PIB dos países amazônicos até 2070.

O estudo, que combina uma revisão sistemática da literatura e ferramentas de inteligência artificial, destaca a necessidade urgente de fortalecer as capacidades estatais para enfrentar os desafios climáticos. Francisco Gaetani, secretário Extraordinário para a Transformação do Estado do MGI, enfatizou que a Amazônia é uma realidade compartilhada por vários países sul-americanos, e a cooperação regional é vital.

Os dados alarmantes revelam impactos diretos e indiretos das mudanças climáticas, como a redução nas precipitações e o aumento das temperaturas em áreas desmatadas. Estima-se que a falta de ação possa gerar perdas econômicas entre US$ 525 bilhões e US$ 915 bilhões anualmente, afetando diretamente a biodiversidade, a agricultura e a saúde pública.

Lyes Ferroukhi, diretor do PNUD, enfatizou a importância de traduzir esses impactos em termos econômicos, instando os líderes a refletirem sobre o custo da perda da Amazônia. Ele alertou que a região já está sob estresse sem precedentes, e a continuidade do desmatamento pode transformar a Amazônia de um sumidouro de carbono em uma fonte de carbono.

A pesquisa também propõe áreas prioritárias para investimento, incluindo a melhoria da governança florestal e o fortalecimento da participação das comunidades locais. Vanessa Graziottin, diretora-executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), destacou que a conservação da Amazônia está intrinsicamente ligada à melhoria da qualidade de vida das populações que habitam a região.

A ex-governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, e o chefe de Inovação do Instituto Igarapé, Robert Muggah, reforçaram a urgência de ações preventivas e a inclusão das comunidades locais nas decisões políticas.

O estudo conclui que, para enfrentar a emergência climática, é necessário um esforço conjunto e imediato. Com a COP30 como plataforma, o MGI e o PNUD buscarão validar os riscos identificados e estruturar ações coordenadas entre os países da bacia Amazônica. A proteção da Amazônia é, portanto, não apenas uma questão ambiental, mas uma questão de sobrevivência econômica e social para todos os países envolvidos.

Com informações da Agência Gov

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