Criação de Comitê para Combater Intoxicações por Metanol no Brasil
Na última terça-feira (7/10), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou a formação de um comitê dedicado a discutir e enfrentar os crescentes casos de intoxicação por metanol no Brasil. A reunião contou com a participação de representantes do Governo Federal e de diversas entidades do setor de bebidas, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade de uma resposta articulada e imediata.
O novo comitê, que será coordenado pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), funcionará inicialmente de forma informal, através de reuniões virtuais. O seu principal objetivo é promover a troca rápida de informações, acelerar a identificação e a retirada de produtos adulterados do mercado e, principalmente, restabelecer a confiança do consumidor nas bebidas disponíveis.
Lewandowski enfatizou que a magnitude do problema demanda a colaboração entre o setor público e privado. “A solução não pode ser alcançada, com a velocidade necessária, apenas pelo setor público. É indispensável a colaboração do setor privado”, afirmou. Essa abordagem, segundo o ministro, vai além da repressão, priorizando um diálogo transparente e cooperativo entre os envolvidos.
Durante a reunião, o secretário da Senacon, Paulo Pereira, apresentou ações em andamento, incluindo o mapeamento de soluções tecnológicas desenvolvidas por universidades brasileiras para o diagnóstico rápido de bebidas adulteradas. O uso dessas ferramentas visa aumentar a previsibilidade no mercado e garantir a segurança dos consumidores.
A Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, Marta Machado, também participou da discussão, destacando a importância do Programa Nacional de Integração de Dados Periciais sobre Drogas (PNIDD). Este programa está disponível para os estados, oferecendo apoio técnico e logístico aos laboratórios locais, criando uma rede integrada de análises.
A atuação da Polícia Federal também foi mencionada, com a realização de perícias isotópicas para identificar a origem do metanol. Essa informação é crucial para entender se o metanol é oriundo de combustíveis fósseis ou de processos fermentativos, contribuindo assim para a prevenção de novas intoxicações.
O Comitê de Enfrentamento da Crise do Metanol será um espaço estruturado para a colaboração entre governo e setor privado, com três eixos principais: a troca de informações e boas práticas, a divulgação coordenada das medidas adotadas pelos órgãos públicos e o acompanhamento das iniciativas desenvolvidas pelas empresas.
Entidades representativas do setor, como a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), participaram da reunião, ressaltando a importância da participação ativa do setor privado na identificação de práticas suspeitas e no envio de denúncias.
Com a criação deste comitê, o governo brasileiro demonstra um compromisso sério em enfrentar a crise das intoxicações por metanol, buscando não apenas a prevenção, mas também a recuperação da confiança da sociedade e do mercado. A cooperação entre os diversos setores será essencial para enfrentar este desafio de forma eficaz e sustentável.
Com informações da Agência Gov
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