Educação em Foco: O Pacto Nacional pela Recomposição das Aprendizagens no Espírito Santo
Em um cenário marcado por desafios sem precedentes, o Ministério da Educação (MEC) lançou o Pacto Nacional pela Recomposição das Aprendizagens, uma iniciativa voltada para reduzir as desigualdades na educação básica, especialmente após os impactos severos da pandemia da covid-19. O estado do Espírito Santo tem se destacado na implementação dessa política, adaptando-a às suas necessidades específicas e criando um modelo que pode servir de referência para outras regiões do país.
O programa capixaba, estruturado em múltiplas frentes, busca não apenas reintegrar estudantes ao ambiente escolar, mas também garantir uma formação contínua e de qualidade para os educadores. Andrea Guzzo, subsecretária de Estado da Educação Básica e Profissional do Espírito Santo, destaca que o grande diferencial do programa está na articulação entre as diferentes ações, proporcionando uma abordagem sistêmica que considera as dimensões pedagógicas, sociais e emocionais dos alunos.
Um dos pilares da estratégia é a avaliação de monitoramento da aprendizagem (AMA), que é aplicada no início do ano letivo e trimestralmente. Essa metodologia tem se mostrado eficaz ao identificar as lacunas de aprendizagem, permitindo que os educadores tomem decisões pedagógicas informadas. O Programa de Fortalecimento da Aprendizagem (PFA) tem sido um suporte crucial nesse processo, com professores de apoio dedicados a ajudar na recomposição do conhecimento.
A professora Ana Valeria Dantas, coordenadora-geral de Gestão Estratégica da Educação Básica do MEC, ressalta a importância do planejamento estratégico e da estruturação baseada em evidências. “As ações desenvolvidas pelo Espírito Santo demonstram como é possível estruturar uma política de recomposição com foco no estudante”, afirma. Esse enfoque é vital para garantir não apenas o acesso à escola, mas também uma aprendizagem efetiva e equitativa.
No centro da proposta capixaba, destaca-se a priorização curricular em língua portuguesa e matemática, abrangendo do 5º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio. A utilização de materiais didáticos estruturados orienta o trabalho docente e potencializa a correção de defasagens.
A política do Espírito Santo se fundamenta em cinco princípios: equidade e inclusão; flexibilização curricular; base em evidências; desenvolvimento integral dos estudantes; e formação permanente dos educadores. Iniciativas como o Programa Todos na Escola e o Programa Sucesso Escolar são exemplos de ações que visam identificar e acompanhar estudantes em risco de evasão ou em distorção idade-série.
Além disso, o Circuito de Gestão Capixaba sistematiza o planejamento, a execução, o monitoramento e a avaliação pedagógica nas escolas, enquanto a Ação Psicossocial e Orientação Interativa Escolar (Apoie) oferece suporte psicossocial a estudantes, com a colaboração de assistentes sociais e psicólogos.
A experiência do Espírito Santo é um testemunho de que, com planejamento, articulação e foco no estudante, é possível não apenas enfrentar as lacunas de aprendizagem geradas pela pandemia, mas também promover uma educação mais inclusiva e equitativa. Com essa abordagem, o estado capixaba traça um caminho promissor para a reconstrução do aprendizado e para a formação de cidadãos mais preparados para os desafios do futuro.
Com informações da Agência Gov