Retomada do Censo das Unidades Básicas de Saúde Revela Avanços e Desafios na Atenção Primária
Após mais de uma década de espera, o Censo das Unidades Básicas de Saúde (UBS) foi retomado e apresentou dados promissores sobre as condições da saúde no Brasil. Os resultados foram divulgados durante o 38º Congresso do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e refletem um esforço governamental significativo em fortalecer a atenção primária à saúde. O orçamento dedicado a essa área saltou de R$ 35,3 bilhões em 2022 para R$ 54,1 bilhões em 2024, um aumento que promete transformar o cenário da saúde no país.
A secretária de Atenção Primária à Saúde, Ana Luiza Caldas, destacou que 94,6% das UBS agora têm acesso à internet e 97,6% utilizam prontuário eletrônico. Esses dados são um indicativo claro do avanço rumo à saúde digital, que não apenas melhora a eficiência, mas também a qualidade do atendimento. "A saúde digital impacta diretamente no componente de qualidade e indução de boas práticas das equipes de Saúde da Família", afirmou Ana Luiza.
Entretanto, a pesquisa também revelou que 60,1% das UBS ainda necessitam de reformas estruturais, um desafio que requer atenção urgente. O Novo PAC Saúde promete ser uma solução, com 135 entregas previstas até o final de 2025, além de fornecer 10 mil combos de equipamentos para fortalecer as estratégias de saúde.
A presença de médicos nas equipes de saúde é um aspecto positivo, com 96,1% das UBS contando com esses profissionais. O programa Mais Médicos, que já compõe mais da metade das equipes, será crucial para manter essa taxa. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que a iniciativa tem potencial para ampliar o acesso à saúde, especialmente em regiões mais carentes.
Mas nem tudo são flores: apenas 39% das UBS oferecem serviços de telessaúde, e a integração entre a atenção primária e especializada ainda é um desafio, com apenas 25,3% compartilhando prontuários eletrônicos com serviços especializados.
O Censo também trouxe à luz a situação da saúde bucal no Brasil, revelando que 80% das UBS contam com dentistas, e 82,7% possuem consultórios odontológicos. O programa Brasil Sorridente, com um investimento histórico de R$ 4,3 bilhões, é um passo importante para oferecer atenção à saúde bucal gratuita.
Por fim, os dados coletados não servem apenas para traçar um panorama da saúde, mas são fundamentais para planejar investimentos e qualificar os serviços prestados à população. A iniciativa é coordenada pelo Ministério da Saúde, em parceria com diversas instituições, e visa fortalecer a transparência e o controle social no Sistema Único de Saúde (SUS).
Com uma base sólida de dados, o Brasil caminha para um futuro mais saudável, embora os desafios permaneçam. A esperança é que as ações adequadas sejam implementadas para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a uma saúde de qualidade.
Com informações da Agência Gov
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