banner

Lula alerta: ação global é crucial para salvar oceanos e planeta

4 Min

Lula em Mônaco: A Urgência da Economia Azul e a Sustentabilidade dos Oceanos

Neste domingo (8/6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do encerramento do Fórum de Economia e Finanças Azuis, realizado em Mônaco. O evento está diretamente ligado à Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, que ocorrerá em Nice, França, de 9 a 13 de junho, onde Lula também estará presente.

Em seu discurso, Lula destacou a crescente preocupação com a conservação dos oceanos, especialmente no contexto do Dia Mundial dos Oceanos. “Ou agimos ou o planeta corre risco”, alertou o presidente, enfatizando a necessidade de um compromisso global com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 da Agenda 2030, que visa promover a conservação e o uso sustentável dos recursos marinhos.

Lula fez uma crítica contundente à redução de 7% na assistência oficial ao desenvolvimento por países ricos em 2024, enquanto as despesas militares aumentaram 9,4%. “Isso mostra que não falta dinheiro. O que falta é vontade política”, declarou. Essa falta de compromisso financeiro é mais crítica para as nações em desenvolvimento, que enfrentam desafios significativos na conservação marinha.

O Brasil, com sua extensa costa de quase 8 mil km, é um ator central nas discussões oceânicas. O país abriga uma biodiversidade marinha rica e comunidades tradicionais que dependem diretamente dos oceanos. Em 2024, o Brasil sediará a COP 30 em Belém, com o intuito de reverter a falta de compromisso internacional em relação ao financiamento climático, essencial para limitar o aquecimento global a 1,5º Celsius.

Lula enfatizou a importância de instituições financeiras internacionais mais eficazes e a necessidade de iniciativas como a troca de dívida por desenvolvimento. O presidente citou a adoção de metas vinculantes pela Organização Marítima Internacional para zerar emissões de carbono na navegação até 2050 como um passo positivo, mas ressaltou que é preciso avançar em iniciativas para combater a poluição por plástico nos oceanos.

Além de discutir essas questões no G20 e na COP 30, o Brasil pretende ampliar o debate sobre desenvolvimento sustentável na Cúpula do Brics, que ocorrerá em julho no Rio de Janeiro. Lula também mencionou a Bolsa Verde, que ajuda mais de 12 mil famílias a preservar unidades de conservação marinhas, e uma carteira de investimentos de mais de 70 milhões de dólares no BNDES focada na economia azul.

O presidente concluiu sua fala com um apelo a uma mobilização global: “O planeta não aguenta mais promessas não cumpridas. Não há saída isolada para os desafios que requerem ação coletiva”. Essa mensagem ressoou fortemente durante o Fórum, onde a urgência da ação conjunta para a conservação dos oceanos foi um dos principais temas.

Ao longo do dia, Lula teve uma agenda repleta de compromissos, incluindo encontros com o Príncipe de Mônaco, Alberto II, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, além de reuniões com a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, e o presidente do Benim, Patrice Talon. O evento em Mônaco reafirma o papel do Brasil como líder nas discussões sobre a sustentabilidade dos oceanos e a necessidade de um compromisso global mais firme.

Com informações da Agência Gov

Compartilhe Isso