São Francisco do Conde (BA) – O período de turbulência econômica que abalou as finanças de São Francisco do Conde parece, enfim, ter ficado para trás. Depois de meses de aperto fiscal, cortes de gastos e redução drástica nos repasses do ICMS, o município volta a respirar aliviado. O motivo: a Acelen, empresa controlada pelo grupo Mubadala e responsável pela Refinaria de Mataripe, quitou débitos atrasados que somam R$ 79 milhões, trazendo novo fôlego às contas públicas e marcando o fim da crise que vinha castigando a gestão municipal.
O prefeito Antônio Calmon comemorou o pagamento e se reuniu, nesta terça-feira (14), com a equipe econômica para liberar os repasses que estavam em atraso e traçar novas metas de investimento. “Foram meses desafiadores, mas a partir de agora podemos honrar compromissos, reorganizar a casa e retomar programas importantes para o povo sanfranciscano”, destacou Calmon.
Em setembro, a arrecadação de São Francisco do Conde havia despencado para cerca de R$ 22 milhões mensais. Com a regularização dos tributos pela Acelen, o montante saltou para R$ 38 milhões, reacendendo o otimismo dentro da prefeitura. Além disso, há previsão de entrada de mais R$ 40 milhões referentes a valores pendentes, o que pode elevar a arrecadação municipal de outubro ao patamar histórico de R$ 120 milhões — o maior já registrado na cidade.
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Os pagamentos efetuados pela Acelen são relativos a IPTU e ITIV (Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis) atrasados, valores que tiveram impacto direto no caixa municipal e colocaram fim ao período de maior aperto financeiro da administração.
Com as finanças reequilibradas, a Prefeitura de São Francisco do Conde vai retomar programas sociais essenciais, como o “Pão na Mesa” e o “Bolsa Universitária”, além de garantir a conclusão de obras estruturantes que estavam paralisadas por falta de recursos.
Um dos pontos mais urgentes era justamente a reativação do “Pão na Mesa”, cuja suspensão havia motivado uma decisão judicial no último dia 10 de outubro, determinando que, caso o programa não fosse retomado, até R$ 500 mil poderiam ser bloqueados das contas municipais. Com o reforço de caixa, o governo municipal poderá quitar todos os atrasados e assegurar a continuidade do benefício, que atende milhares de famílias em situação de vulnerabilidade.
O novo ciclo financeiro abre caminho para um período de estabilidade e desenvolvimento. A volta da arrecadação e o pagamento das dívidas pela Acelen representam um divisor de águas na gestão de Antônio Calmon, que agora tem a missão de consolidar o equilíbrio fiscal e garantir que os frutos do “petróleo que voltou a jorrar” cheguem a quem mais precisa: o povo sanfranciscano.
São Francisco do Conde renasce com suas finanças em dia, esperança renovada e perspectivas concretas de crescimento — uma virada de página histórica na “Cidade do Petróleo”.