A Secretária da Mulher e Igualdade Racial, Ana Paim, enfatizou que as políticas públicas voltadas para a comunidade LGBT vão muito além das festividades, como a famosa “parada da diversidade”. Essa declaração foi feita durante o Seminário da Diversidade, que aconteceu na tarde de terça-feira (16) na Biblioteca Dalila Baptista.
O evento reuniu diversas vozes, incluindo pessoas LGBT, ativistas e militantes, com o objetivo de dar espaço a quem enfrenta a discriminação diariamente. O seminário também buscou estreitar a relação entre o poder público e as questões ligadas à diversidade. O tema central foi “O peso do silêncio: impactos do preconceito na saúde psicológica e física da população LGBTQIAPN+”.
Ana Paim ressaltou a importância de ouvir as demandas da comunidade antes de realizar eventos festivos. “Antes de promover a parada da diversidade, precisamos escutar as pessoas. Este foi um pedido do prefeito Eriton. Reunir o povo apenas para a festividade não traz resultados. Precisamos ouvir e criar ações em conjunto com a população LGBT. Somente assim podemos transformar preconceito em respeito”, afirmou a secretária.
A ativista Millena Passos, que foi a primeira mulher trans a ocupar uma secretaria dedicada às políticas para mulheres no Brasil, também fez uma observação importante: “Precisamos de mais representatividade em espaços decisórios. Infelizmente, ainda somos forçados a nos encaixar em ‘caixinhas’”. Com mais de 20 anos de ativismo pelos direitos das mulheres trans e travestis, Millena destacou a necessidade de inclusão.
O seminário não foi um evento isolado. Outros ciclos de palestras voltados para a população LGBTQIAPN+ estão programados para 2026, mostrando um compromisso contínuo com a discussão e a promoção de direitos.
Além de Ana Paim e Millena Passos, o evento contou com a presença de Ana Bispo, membro do Conselho LGBT de São Francisco; Thiffany Odara, vice-presidenta do Conselho Estadual LGBT; e Dai Bispo, pedagoga do Centro de Promoção dos Direitos LGBT da Bahia. Representantes da Polícia Militar e da comunidade local também marcaram presença.
Dados alarmantes revelam a gravidade da situação. Segundo o Atlas da Violência, a violência contra a população LGBT aumentou mais de 1.000% na última década. Entre 2014 e 2023, os números mostram um aumento de 1.193% nos casos de violência contra homossexuais e bissexuais, 1.111% contra mulheres trans, 1.607% contra homens trans e 2.340% contra travestis.
Esses dados evidenciam a urgência de ações efetivas e políticas inclusivas para garantir a segurança e os direitos da população LGBT no Brasil.
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