A tensão entre moradores da comunidade do Pasto de Fora e a empresa Intermarítima voltou a se intensificar nesta terça-feira (29), quando dezenas de moradores realizaram um novo protesto em frente à sede da empresa, localizada em Candeias. A manifestação foi marcada por queima de pneus e gritos de revolta, refletindo o sentimento de abandono e indignação da população.
De acordo com os moradores, caminhões da empresa estariam ocupando as vias públicas da localidade, impedindo o tráfego de veículos particulares e, principalmente, das vans de transporte alternativo — único meio de locomoção para muitas famílias da região.
“A gente precisa das vans pra sair e voltar pra casa. Estão bloqueando o acesso e ninguém faz nada, é necessário fiscalização rigorosa”, desabafou uma moradora, que pediu para não ser identificada por medo de represálias.
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Além da questão da mobilidade urbana, os manifestantes também voltaram a cobrar uma resposta sobre a demolição da residência de Marta, episódio que gerou comoção e revolta generalizada na comunidade. Segundo os moradores, a casa foi demolida por ação direta da empresa, sem qualquer diálogo ou explicação convincente, o que agravou o sentimento de injustiça.
Os manifestantes gritavam palavras de ordem e pediam justiça, respeito e dignidade. Eles prometeram seguir mobilizados até que providências concretas sejam adotadas. A comunidade afirma que tem sido sistematicamente desrespeitada, e que os impactos das operações da Intermarítima estão tornando a vida local insustentável.
Até o fechamento desta reportagem, a empresa Intermarítima não havia se pronunciado oficialmente sobre as denúncias, nem sobre os atos de protesto realizados em frente à sua unidade.
A população espera agora que as autoridades competentes atuem para garantir o direito de ir e vir e a proteção da comunidade, que segue em busca de voz e de soluções diante do que consideram um abuso contínuo.