O dia que Passé parou o prefeito

Por Redação
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As promessas na campanha foram muitas e alvissareiras. Foram 18.912 votos, 40,50% dos válidos e uma eleição consagradora para quem, de última hora e enfrentando o partido e a Justiça, se candidatou.

Durante vários dias de visitas as ruas, avenidas, bairros e distritos – hoje todos abandonados, o então prefeito tampão candidato a reeleição, dizia que Candeias era rica e que ele chegava com toda força para mudar a história da cidade rica, de povo esquecido e desprezado pelo Executivo.

Sargento 04Como quase todos os demais candidatos a cargos eletivos, o Sargento Francisco não via dificuldade em administrar quem tinha a renda de mais de R$ 200 milhões de reais por ano. Hoje, mais de R$ 270 milhões.

Mas, sufragado nas urnas para a surpresa da população, menos dos que o apoiavam, já em outubro tudo começa a ser diferente dos meses de julho, agosto e setembro quando para impressionar construiu a Casa dos Taxistas, fez um pequeno asfaltamento para estacionamento no Triângulo, varreu ruas e pintou meios-fios e passarela.

Casa dos TaxistasQuem trabalha chegou”. Era o slogan dos aficionados e seguidores do ex-vereador por 3 mandatos e presidente da Câmara Municipal.

Mas, o dia 7 de outubro chegou e tudo muda.

Depois de reeleito, não tinha mais pinturas, obras acabaram e Candeias tinha muitas dificuldades para se fazer alguma coisa.

Empossado mesmo com processos de cassação em curso (AIME e AIJE), o grande empreendedor sentou na cadeira do comodismo e a cidade hoje vê o que jamais poderia se repetir: Maria Maia 2. Ele decreta situação de emergência para “usar com rapidez os recursos disponíveis”.

Casas SarandiComeçam as críticas porque faltam explicações para o que foi prometido em campanha. Onde está a cidade rica? Porque não se faz nada?

Escolas sucateadas, postos de saúde da família sem estrutura nem médicos, Posto Luiz Viana fechado, casas da Vila Benedito com obras paradas e abandonadas e ruas – todas sem exceção – com buracos.

A entrada do complexo público administrativo, onde estão a prefeitura, câmara, fórum, justiça do trabalho, hospital, Upa, é a Avenida da Vergonha.

O que era ruim ficou pior. Tudo se agrava em abril de 2014 com a chuva. Nova situação de emergência e as vítimas esperam por 2 meses as prometidas cestas básicas e ajuda do aluguel social.

Vieram as manifestações populares que interditam pistas no Trevo do Petróleo, na Caroba, na Pindoba, Fazenda Mamão, Fazenda Madeira, na Quitéria.

070Não há mais dinheiro. Porém, se gasta R$ 1,3 milhões por mês (R$ 15 milhões por ano) com cargos comissionados. Mais do que em obras. Mesmo em situação de emergência contrata-se empresas de turismo e viagem internacional e de propaganda: Mais R$ 3,6 milhões de reais.

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A última e considerada histórica manifestação foi no distrito de Passé, um dos maiores senão o maior deles, quando o Sargento e os seguidores – a maioria comissionados da prefeitura que recebem R$ 700 mil reais por mês de gratificação – foram inaugurar a pintura de uma escola. Lá está um vereador da base favorável, Washington de Passé. Mas parte dos moradores preparou a interdição da única pista de entrada e saída do distrito. A saída seria de barco pelo mar.

Passé barrou o prefeito e correligionários (16/12), que ficaram 3 horas retidos até a chegada da PM, que conseguiu persuadir os manifestantes que finalmente liberaram a pista. E a democracia – regime que emana do povo e para o qual o governante deve trabalhar – venceu.

Mas hoje – 23 de dezembro – a prefeitura está no 3° dia de recesso. Quem trabalha, cansou.

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