A chegada da fabricante chinesa de veículos BYD ao Polo Industrial de Camaçari tem gerado preocupações em relação a práticas de discriminação etária nas contratações. Relatos obtidos por esta reportagem indicam que a empresa estaria rejeitando candidatos na faixa etária de 35 a 45 anos, especialmente para funções operacionais de nível médio, como Operador de Montagem e Produção e Operador Logístico.
Ex-funcionários da Ford e de empresas parceiras da montadora afirmam que profissionais com experiência adequada para as vagas têm sido preteridos. Além disso, observam que candidatos mais velhos só são contratados para cargos de liderança. Essa prática, conhecida como ageísmo ou etarismo, ocorre de maneira velada, segundo fontes consultadas. “Estamos sendo excluídos mesmo atendendo aos pré-requisitos das funções”, declarou um dos entrevistados, que preferiu manter o anonimato.
O processo seletivo da BYD é conduzido por meio da plataforma Gupy, que permite configurações que dificultam a identificação de práticas discriminatórias. Especialistas alertam que esse tipo de configuração torna a fiscalização mais complexa, pois a empresa pode negar irregularidades com base no sigilo da prestadora de serviços. Até o fechamento desta matéria, a BYD não se manifestou sobre as denúncias.
Em conclusão, a situação levantada em relação à BYD no Polo Industrial de Camaçari destaca a necessidade de uma maior transparência nos processos de contratação. A discriminação etária não apenas prejudica profissionais qualificados, mas também pode impactar negativamente a imagem da empresa no mercado. A sociedade e as autoridades devem estar atentas a essas práticas para garantir um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo.
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