Completados os 100 dias de gestão de Luiz Caetano (PT) à frente da prefeitura de Camaçari em seu quarto mandato, a pressão e as críticas em relação às decisões tomadas até o momento se tornam cada vez mais intensas, incluindo aqueles que antes eram seus aliados na campanha. Um exemplo emblemático dessa situação é a nomeação de um cargo na Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) para a esposa de um vereador, Decinho (PT), de Lauro de Freitas, enquanto muitos dos que contribuíram diretamente para a eleição de Caetano ainda aguardam um retorno significativo.
De acordo com informações obtidas, Daniela Mendes dos Reis ocupa o cargo de coordenadora na Seinfra desde o dia 3 de março, conforme registrado no Diário Oficial do Município (DOM). Apresentando-se como engenheira civil e conselheira tutelar de Lauro, ela não menciona em suas redes sociais o vínculo com Camaçari ou a função que desempenha, o que levanta suspeitas e gera revolta entre os apoiadores de Caetano, que se sentem injustiçados e abandonados.
A tese mais cogitada sugere que a indicação de Daniela ocorreu de maneira estratégica, impulsionada pela primeira-dama da cidade, deputada federal Ivoneide Caetano (PT), em vista das próximas eleições, nas quais ela busca a reeleição. Decinho é um aliado próximo de Ivoneide, integrando o mesmo bloco que apoiou a gestão da ex-prefeita Moema Gramacho e atualmente se posiciona na oposição à administração de Débora Regis (UB).
Neste contexto revelador, usuários das redes sociais recordaram as acusações feitas por Caetano, Ivoneide e candidatos a vereadores do grupo, que levaram a risco o ex-prefeito Elinaldo Araújo (UB) por supostamente ter inserido ‘forasteiros’ em sua gestão. A deputada, aliás, pontuou que essa prática teria um fim com a ascensão de Caetano, mas atualmente a trajetória se mostra contrária a essa promessa.
A insatisfação nas redes sociais é palpável, com muitos usuários referindo-se à situação como a expressão “a chave emperrou” – uma crítica direta ao slogan da campanha de Caetano do ano passado, que clamava por uma nova direção. “Para quem trabalhou para eles na campanha de graça e ainda ajudou a colocá-los no poder, não tem vaga”, comentou uma das pessoas, indignada com a situação.
Por ora, nada foi comentado publicamente pelos envolvidos sobre esse descontentamento crescente.
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